ASFIXIA
Meu poema maduro
Nestas minhas palavras rasteiras
Nasce apodrecido.
A riqueza de sua cultura
Deve-se ao avançado estado
De decomposição de seu conteúdo.
Dificulta a digestão
E desregula o metabolismo mental
Com seus significados vencidos.
Infecção e gases são resíduos
Muitas vezes diagnosticados como compreensão,
Não passam de sintomas
De grave intoxicação.
E isto não é um problema da língua.
É pura falta de paladar.
A apnéia do mergulho nos períodos,
Problemas respiratórios se revelam na pontuação.
A falta de oxigênio é má distribuição de vírgulas,
Apodrecem as palavras.
Do verso rarefeito
À estrofe insalubre,
Morre de asfixia mais um poeta.
Cláudio Guilherme Alves Salla
[…] um poema meu no páreo, o “Asfixia” (que você pode ler e julgar se tem alguma chance clicando AQUI), fico muito honrado de coadjuvar a cena (e, creio, todos os demais concorrentes da região de […]
OUTUBRO LITERÁRIO & FASE REGIONAL DO MAPA CULTURAL PAULISTA 2009/2010 em INDAIATUBA « MIOPIA said this on 11/10/2009 às 16:26
Guilherme, tem uma dicotomia nele, expressa centralmente em
“A riqueza de sua cultura
Deve-se ao avançado estado
De decomposição de seu conteúdo.”, o maduro que é, ao mesmo tempo, apodrecido.
É a expressão da indigestão causada no leitor que não consegue absorver,e daí morre o poeta?
É autocrítica com o verso que já nasce podre, mesmo que maduro?
Os dois?
Por não ter ficado palatável (olha só…), estou preferindo (e gostei bastante)desta parte inicial em diante.
Me ajude a digerir…
Abraço.
Luiz Contro said this on 12/10/2009 às 14:25
Luiz! Bom vê-lo aqui!
É um poema da minha fase verde… o máximo que pode causar é prisão de ventre.
A mim, ainda amarra a boca…
Abraço!
C. Guilherme A. Salla said this on 12/10/2009 às 15:00
eu, brincaria um pouco mais nessa parte inicial pois o que vem a seguir acho muito legal. melhor com a bôca solta… não?
Luiz said this on 14/10/2009 às 11:41
[…] Poesia – Cláudio Guilherme Alves Salla, com “ASFIXIA”. […]
Finda-se outubro, novas flores de papel, só na próxima primavera… « MIOPIA said this on 03/11/2009 às 18:06
ASFIXIA É UM GRANDE POEMA…GOSTEI DA ESTROFE ENSALUBRE.
MOACIR ROCHA said this on 04/11/2009 às 7:32
Grato, amigo! Mande-me um poema seu pra que eu inclua na nano antologia indaiatubana de poesia em ando trabalhando…
Abraço!
C. Guilherme A. Salla said this on 04/11/2009 às 14:17