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o dito está no interdito
tem mato no mito
que o cavalo não come
Acab acabou consigo
e a baleia branca muda
nada nada nada
Jonas no leviatã
Ismael no esquife
no interdito o dito está
Cardeal, 10 de maio de 2013
Guilherme Salla
Se pixado,
acaso ruiria o Casarão do Pau Preto?
Se sim ou se não…
Quem sabe?
Quem sabe se
heroicos vândalos
aplacassem a fúria
do comprador voraz
capitalizador de patrimônio
histórico alheio?
No centro histórico de mim
existe uma história
antiga, pixada
em uma parede de taipa de mão.
Cardeal, 30 de abril de 2013
Guilherme Salla
Preciso
largar do cigarro,
preciso
reforçar minha fé,
o meu café.
Uma pira queima meus desejos,
uma oração de fumaça
entre a xícara e o cinzeiro.
Cardeal, 27 de abril de 2013
Guilherme Salla
E eu aqui de novo pegando a estrada atrás da literatura viva.
Assim como eu, os livros na minha estante também não estão estáticos e, neste instante, estão se apertando para dar espaço aos seus novos vizinhos de prateleira.
Fui para Poços de Caldas para engordar cinco quilos e comprar cinco livros.
Mas não foi só.
Desde 27 de Abril até o último domingo, 05 de maio, rolou por lá a oitava edição da VIII FLIPOÇOS 2013 (www.feiradolivropocosdecaldas.com.br).
Palestras, pães de queijos, debates, doces em caldas, feira de livros, leitoa pururuca e oficinas literárias nos mais diversos gêneros e faixas etárias.
Minas é foda… Come-se bem e muito também. E como um teleférico te leva sentado do centro de Poços ao topo da Serra de São Domingos, não se perde nenhuma caloria. Além de comer e banhar o corpo roliço em águas sulfurosas poços de banha e gordura em caldas, ainda sobrou espaço, que me faltou no estômago, para acompanhar a programação do evento literário.
Na sexta-feira, a pacata Poços de Caldas foi invadida por desajustados, malucos adictos e vagabundos da mais alta estirpe na oficina GERAÇÃO BEAT com Claudio Willer e Roberto Muggiati.
Jack Kerouac, Neal Cassady e Allen Ginsberg fizeram arruaça nas praças e fontes termais da cidade com maior população de aposentados e idosos do país.
Neal urinou na fonte dos Amores e Ginsberg correu nu pelos passeios do Recanto Japonês. Nada que Claudio Willer não pudesse prever e gentilmente conter com seu sofisticado instrumental teórico que vai da poesia ao gnosticismo.
E não adiantou Roberto Muggiati avisar a Kerouac que nos bares de Poços ele dificilmente ouviria uma jam session de jazz Bebop, no máximo um sertanejo universitário instrumental.
Foi demais, sai com minhas anotações e a determinação de adquirir, assim que po$$ivel, um exemplar de “Visões de Cody”, obra máxima de Kerouac segundo Willer.
Um pouco depois, foi a vez de buscar um autógrafo para o meu exemplar de “Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo” com seu autor, Mário Magalhães, que trocou ideias com o público no Espaço Cultural Urca. A grata surpresa foi a presença de Lobão, um veterano da ALN de Marighella.
Troquei ideia com Mario Magalhães sobre o romance “Os subterrâneos da liberdade” de Jorge Amado, e o personagem “Carlos” com o qual o autor homenageou Marighella. Sai de lá com meu livro autografado.
No sábado depois de tanto comer, Camus. Manuel da Costa Pinto apresenta para a plateia do Teatro Urca um retrato do escritor estrangeiro. Comentando seus romances, em especial, O estrangeiro, explana sobre o conceito do “homem absurdo” e arremata com a interpretação do Mito de Sísifo.
O mais interessante porém, foram os comentários sobre a passagem de Camus pelo Brasil, ciceroneado por Oswald de Andrade, visitando a cidade de Iguape e terreiros de Umbanda em busca do Brasil originário, balizado pela antropofagia tupiniquim dos modernistas.
O arremate final seria com um bate-papo com João Ubaldo Ribeiro. Juro que tentei, mas depois do jantar e da sobremesa, confesso que não sobrou espaço para mais nada. Pena…
A FLIPOÇOS vai me fazer voltar uma vez por ano para Poços de Caldas e de cinco em cinco quilos, ano a ano, com a mobilidade reduzida, mais peso e mais tempo sentado para ler e para rodar atrás de literatura viva e calórica.
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Ps: Agradecimentos a enfermeira, nutricionista e bibliotecária do meu coração pela companhia…
Quem disse o que?